Criar, gerir e crescer um negócio não é nada fácil. Ainda mais no Brasil, com toda sua complexidade e burocracia, carga tributária, poucos incentivos ao pequeno empresário e inúmeros outros aspectos conhecidos por qualquer um que já tenha se aventurado a empreender em nosso país. Por isso, não é de se espantar que apenas 40% dos negócios sobrevivem após cinco anos. E olha que estamos falando de um período pré-pandemia – dados do IBGE de 2017.
Além das dificuldades e incertezas, inerentes ao cenário no qual a companhia está inserida, falhas na condução dos negócios são, obviamente, fatores importantes para o insucesso de muitos deles. Por isso, ter um Planejamento Estratégico muito bem desenhado é fundamental para mitigar grande parte dos erros comumente cometidos.
A boa notícia é que desenhar um Plano Estratégico não é tão complexo, como se imagina. E, neste artigo, alguns detalhes serão evidenciados sobre o método que tem dado certo. A definição do plano em si não requer grandes conhecimentos, além daqueles que o empreendedor já possui (ou deveria possuir). É fundamental que o dono do negócio preocupe-se com sua proposição de valor, que está relacionada ao propósito da empresa e quais resultados espera atingir; com a geração de valor, ou seja, com sua oferta (o que seu produto ou serviço entrega para o cliente e que gera valor para ele); e “como vencer?”, que está relacionado ao “como” fazer, ou seja, refere-se à estrutura e ao modelo de operação necessários para gerar o valor esperado. No fundo, o planejamento estratégico é tão bom quanto sua habilidade de fazer algo melhor que sua concorrência, e/ou ocupar um espaço que sua concorrência não ocupará.
Para isso, desenvolvemos um “framework”, conjunto de melhores práticas, métodos e ferramentas, que o empresário pode utilizar para construir seu próprio Plano Estratégico. Nosso “framework” é dividido em quatro etapas: A primeira delas é a conceituação – momento em que se discute e se compreende os seguintes aspectos: objetivos do negócio; objetivos dos sócios, pois podem impactar o curso da companhia; o que a empresa é e tem hoje versus o que se espera que ela seja ou tenha no futuro, além dos motivadores estratégicos. Depois vem a fundamentação em que se estabelece hipóteses e caminhos para executar o conceito (definido na etapa anterior), que passa por: ter clareza sobre as capacidades e competências que a empresa tem, e aquelas que não tem; delimitar as iniciativas associadas aos caminhos estratégicos e às competências; entender e ajustar os modelos de Governança e Gestão. Em seguida, o planejamento, que é a criação do plano de ação, bem como estabelecer ferramentas e indicadores que permitam mensurar e, se necessário, calibrar o andamento das ações de acordo com o ponto de chegada que se pretende alcançar.
Nesta etapa, entra a definição de prioridades; definição das iniciativas e recursos associados a elas; definição dos principais KPIs; detalhamento do modelo de governança. E, por fim, o detalhamento, que foca no desdobramento do plano tático e operacional. Para cada prioridade, o executivo deve estabelecer prazos e responsáveis; fazer a modelagem financeira que comporte a execução das iniciativas, de acordo com os recursos necessários; definir mapa de Indicadores, métricas e metas e implementar o modelo de governança e gestão.
É óbvio que além do ‘framework’, outros aspectos fazem com que tenhamos bastante sucesso na implementação deste tipo de trabalho com nossos clientes: o primeiro e, sem dúvidas, o mais importante é a nossa experiência e habitualidade em desenvolver projetos como este; o segundo é que, para cada etapa acima descrita, temos um conjunto de ferramentas que nos auxiliam nas definições e, posteriormente, no acompanhamento e gestão da execução. No entanto, de posse do ‘framework’ compartilhado neste texto, é possível construir seu próprio Planejamento Estratégico e ter ‘um mapa’ do seu negócio, no qual consta sua posição atual, onde espera-se chegar e o caminho a ser percorrido.